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Home Care vs Planos de Saúde: o Tema 1340 do STJ e milhares de vidas em jogo.


Uma Decisão que Pode Mudar Tudo!


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está prestes a tomar uma decisão que pode impactar milhares de famílias brasileiras. O Tema 1340 busca definir se é abusiva a cláusula contratual que proíbe o home care (internação domiciliar) como alternativa à internação hospitalar, conforme a Lei n. 9.656/1998.

Por trás dos números processuais e da linguagem jurídica, existe uma realidade humana que não pode ser ignorada. São pessoas como A.L., portadora de uma síndrome rara, cuja sobrevivência depende integralmente dos cuidados especializados oferecidos pelo home care.


O Que Está em Discussão


Muitos planos de saúde incluem em seus contratos cláusulas que excluem expressamente a cobertura de internação domiciliar, alegando que este serviço não está previsto nas coberturas obrigatórias. Essa prática tem gerado milhares de ações judiciais em todo o país, criando insegurança jurídica tanto para consumidores quanto para operadoras.

A questão central é: pode um plano de saúde negar home care quando este é a única alternativa viável para o tratamento do paciente?


A Realidade de A.L. e Milhares de Brasileiros


A.L. convive diariamente com uma síndrome rara que compromete suas funções vitais básicas. Sua condição exige monitoramento constante, uso de equipamentos especializados e cuidados médicos ininterruptos. Para ela, o home care não é uma questão de conforto ou preferência – é literalmente uma questão de vida ou morte.

A internação hospitalar prolongada, além de expor A.L. a riscos de infecções hospitalares, representa um custo muito superior para o próprio plano de saúde. O home care oferece:

• Humanização do tratamento: O paciente permanece em seu ambiente familiar

• Redução de riscos: Menor exposição a infecções hospitalares

• Maior eficiência: Cuidados personalizados e focados nas necessidades específicas

• Menor custo: Estudos demonstram que o home care pode custar até 60% menos que a internação hospitalar


O Impacto da Decisão


Se o STJ decidir que as cláusulas de exclusão são válidas, pessoas como A.L. poderão ser obrigadas a permanecer indefinidamente em hospitais, ou pior, ficar sem qualquer cobertura para seus cuidados essenciais. Isso significaria:

Para os Pacientes:

• Perda da qualidade de vida

• Separação forçada da família

• Maior risco de complicações médicas

• Potencial interrupção do tratamento

Para o Sistema de Saúde:

• Superlotação hospitalar

• Aumento de custos desnecessários

• Uso inadequado de recursos hospitalares

• Maior pressão sobre o SUS


A Importância da Interpretação Legal


A Lei n. 9.656/1998 estabelece que os planos de saúde devem garantir a cobertura de internações. O debate jurídico gira em torno da interpretação do termo "internação" – se inclui apenas a hospitalar ou também a domiciliar.

Defensores do home care argumentam que:

• A lei deve ser interpretada de forma mais favorável ao consumidor

• O home care é uma evolução natural da medicina moderna

• A negativa configura prática abusiva quando é a única alternativa terapêutica.


Uma Questão de Dignidade Humana


Mais do que uma discussão técnica sobre contratos e coberturas, o Tema 1340 toca no princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. Negar home care a pacientes que dele necessitam é negar-lhes o direito a uma vida digna e a cuidados médicos adequados.

A história de A.L. se repete em lares por todo o Brasil. São crianças com paralisia cerebral, idosos com doenças degenerativas, pacientes oncológicos em tratamento domiciliar – todos dependentes de uma decisão que pode chegar de forma abrupta e irreversível.


O Momento da Reflexão


Enquanto aguardamos a decisão do STJ, é fundamental que a sociedade compreenda a magnitude desta questão. Não se trata apenas de definir responsabilidades contratuais, mas de garantir que o sistema de saúde suplementar cumpra sua função social de proteger a vida e promover o bem-estar.

A decisão do Tema 1340 ecoará por décadas, influenciando não apenas contratos futuros, mas determinando o destino de milhares de pessoas que, como A.L., dependem da compreensão de que cuidar da vida humana deve estar sempre acima de interesses comerciais.


O STJ tem em suas mãos não apenas a interpretação de uma lei, mas o poder de reafirmar que a vida, em toda sua fragilidade e dignidade, merece ser protegida e cuidada onde quer que ela se manifeste – seja no hospital ou no aconchego do lar.

 
 
 

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